Alimentação indígena
A alimentação indígena costumava ser baseada no consumo de frutas, legumes, verduras, raízes, caules, peixes e carnes de caça. Frutos como o caju e o açaí eram comuns na alimentação de povos de algumas localidades, como o Norte e o Nordeste brasileiros. Os índios do Norte também consumiam muito o guaraná como fonte de energia para as atividades diárias e para a guerra. A mandioca era a principal fonte de carboidrato deles, por isso era amplamente cultivada. A tapioca e a farinha de mandioca eram maneiras de estocar a mandioca para a utilização posterior.
Hoje em dia, apesar de manterem muitos hábitos alimentares, os indígenas que permaneceram tiveram que se adaptar aos hábitos alimentares da sociedade brasileira contemporânea. A caça, a pesca e a coleta, que eram possíveis quando as florestas eram preservadas, já não são mais suficientes para alimentar a pequena população indígena, devido ao desmatamento.
A introdução forçada dos indígenas no modo de vida urbano e rural (desenvolvido pelos brasileiros pós-colonização) modificou drasticamente a vida indígena dentro e fora das aldeias, entre 1500 e os dias atuais.
Comidas indígenas que você precisa conhecer
Uma das bases da culinária brasileira, as comidas de origem indígena possuem sabores muito particulares, que retratam uma parcela importante da nossa cultura.
A culinária é um traço importante, e único, da cultura de cada povo. Justamente por isso, ela é muito característica de cada lugar. Por isso, as comidas típicas indígenas brasileiras possuem variações, até mesmo entre uma tribo e outra.
Em comum, elas possuem o uso de ingredientes muitos simples e naturais, a exemplo da mandioca, milho, frutas, ervas e peixes. Ou seja, são aquele retirados diretamente da natureza.
Além disso, a comida, nas tribos indígenas, é preparada com diversas finalidades, como por exemplo oferendas aos deuses e espíritos, para as mulheres períodos pós-parto e para os homens que vão caçar. Há, ainda, os alimentos proibidos e os especiais para festas e determinadas épocas do ano.
Ainda que muitas comidas tenham sofrido influência dos portugueses e dos africanos, ou tenham sido modificadas ao longo do tempo, elas guardam em sua essência a originalidade de um povo que é responsável pela construção de boa parte daquilo que hoje compõem a cultura brasileira.
1.Beiju
Muito semelhante a tapioca que conhecemos, o beiju é uma prato do índios que viviam, inicialmente, na região onde hoje está o estado de Pernambuco.
Enquanto a tapioca é feita do amido da mandioca, o beiju é feito a partir da massa da mandioca. Esta, ao ser espalhada em uma frigideira forma uma espécie de crepe seco. Entre os recheios mais comuns, estão o coco, a carne seca e o queijo coalho.
2. Imu Yanisa Kiyauriri
Este prato, com nome complicado, nada mais é do que uma espécie de mingau feito a base de tapioca. Além do produto da mandioca, ao prato, são acrescidos ainda, leite de coco, açúcar e água.
É um prato quente, extremamente consumido no desjejum, tanto por adultos, quanto por crianças, em função de seu potencial energético.
3. Hihi
Outro prato que tem como base a mandioca, a hihi, por fora, lembra muito uma pamonha, porque é embrulhada por folhas, mas ao invés da palha do milho, esta é envolta na folha de bananeira.
A bolacha é feita unicamente de mandioca. Depois de ralada, ela é espremida, embrulhada na folha já preparada e cozida em água fervente por duas vezes.
4.Canjica
Canjica
Envolto em muitas controvérsias a respeito de sua origem, acredita-se que um dos pratos mais bem quistos das festas juninas tem origem indígena, mais especificamente, uma herança dos índios Tupinambás.
A canjica é feita a partir de um milho branco, cozido e preparado junto com outros ingredientes, como leite, leite de coco e açúcar. Em algumas regiões brasileira, o prato recebe o nome de mungunzá.
5. Jiquitaia
A jiquitaia é um prato tipicamente indígena, mais precisamente Baniwa. A iguaria é composta por uma mistura de pimentas, que são secas ao sol, e piladas junto com sal. Entretanto, algumas pessoas fazem o preparo utilizando soro de queijo.
Neste preparo as pimentas frescas, o sal e o soro são colocados em um pote. O preparo é curtido durante alguns dias e fica pronto quando o vidro é aberto e não há mais gás oriundo da mistura.
6Moqueca de peixe
Apesar de ter recebido importantes alterações dos portugueses e africanos que vieram para o Brasil, a moqueca é um prato tradicional indígena. Vem da língua tupi, pokeka, e quer dizer “assado de peixes”.
É muito consumida junto com o pirão, que tem como base farinha de mandioca e caldo de peixe. A moqueca, salvas as variações de cada região, hoje é um cozido de peixe. Entretanto, originalmente era feita assada, em áreas cobertas de cinzas e em grelhas de varas.
7. Tacacá
Muito comum no norte do Brasil, o tacacá é um prato tipicamente indígena, também com base de mandioca. Em sua preparação há um caldo amarelado, que recebe o nome de tucupi.
Este caldo quente é colocado sobre a goma de tapioca. É servido muito quente, em cuias, juntamente com o jambu (erva amazônica que provoca dormência na boca), pimenta e camarão seco. Pode sofrer muitas variações entre cada estado.
8. Txu’ü
Um ingrediente muito comum na culinária indígena, a banana é a base deste prato. O txu’ü é usado como acompanhamento de peixes ou para engrossar caldos e sopas. para prepará-lo, a banana verde é cozida até que solte da casca. Depois disso é amassada e o creme refogado em óleo, junto com olho o sal.
9. Pipoca
Pipoca
Um alimento tão comum nos nossos dias, nem imaginamos que a pipoca tem origem indígena. Popular no mundo inteiro, a pipoca tem origem na alimentação dos índios da américa. Quando os europeus chegaram aqui, descreveram-na como um salgado de milho.
Inicialmente, as espigas de milho eram colocadas inteiras, diretamente sobre a fonte de calor. Somente com o passar do tempo é que os grãos foram colocados separadamente. Além de alimento, já foi usada também como adereço corporal e de cabelo.
10. Buré
Além da mandioca, outro ingrediente muito comum é milho. Ele é o ingrediente principal do buré, que além do milho, leva broto de abóbora, cebola e alho. O milho verde é retirado da espiga, batido e coado. Depois é refogado com os demais ingrediente e cozido até se tornar um creme espesso.
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